segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Poupe milhares de euros no crédito à habitação

Resultado de imagem para habitação pouparConheci estes dois casos e verifiquei que pouparam mesmo estes valores porque andei à procura de pessoas que seguiram a dica que demos em setembro passado no Contas-poupança (SIC, quartas-feiras, no Jornal da Noite) e que demos também aqui no Expresso. Quis saber se, de facto, as poupanças foram “reais” e se o processo decorreu como estava previsto.
Para quem não viu ou leu na altura, a dica é simples: se tem um spread igual ou superior a 2% tem neste momento bancos que lhe oferecem 1,25% e que suportam TODOS os custos da transferência.
Claro que nem todas as poupanças serão tão grandes como estas, mas em média é muito frequente conseguir baixar a sua prestação da casa em 100 ou 200 euros por mês, dependendo do valor do empréstimo e dos prazos.
O melhor de tudo é que não perde nada em tentar. Não paga nada por pedir uma simulação às empresas que no mercado fazem este serviço por si. Basta que vá ao google e pesquise “transferência de créditos”. As empresas que prestam este serviço não lhe cobram nada (ou quase nada) porque recebem uma comissão dos bancos que ficam com o novo empréstimo sem terem trabalho nenhum.
Nos seis meses a seguir à reportagem, o conjunto dos clientes que contactaram as empresas mencionadas pouparam no seu conjunto cerca de 50 milhões de euros. É muito dinheiro! Muitos deles nem sequer sonhavam que era possível fazer uma nova escritura de um empréstimo antigo.
Para mim, foi uma surpresa ter descoberto esta dica, porque, tal como muitos portugueses, sempre pensei que ao fazer um empréstimo junto de um banco tinha de o pagar até ao fim, sem nunca questionar se podia pagar menos. Quer dizer, podia questionar, mas pensava que só podia renegociar dentro do mesmo banco, tentando baixar o spread a custo da aquisição de mais produtos ou pedindo carência de capital.
A principal conclusão a que cheguei é que nós não estamos casados com os bancos. Desde que me paguem as despesas de transferência do crédito, porque é que não hei de mudar se fico a pagar menos? E daqui a 1 ano ou 2, se outro me fizer mais barato porque é que não hei de mudar outra vez?
Se o mercado funciona para eles, porque é que não havemos de usar o mercado a nosso favor? O que achei mais extraordinário é que nos casos mencionados ficaram com menos produtos associados e ainda conseguiram baixar também o seguro de vida pelas mesmas coberturas, ou até melhores.
É mais um caso daqueles em que está a aumentar-se a si próprio sem ter de estar a pedir ao patrão. É só uma questão de gerirmos bem o nosso tempo e o nosso dinheiro. O trabalho que dá é fazer uma nova escritura e mudar a domiciliação de pagamentos para um novo NIB. Eu por 80 mil euros não me importaria de fazer isso...
Claro que esta dica não se aplica a todos. Se o valor que deve ao banco for baixo (50 mil euros) ou o prazo que lhe falta pagar for inferior a 15 anos, provavelmente nenhum banco vai querer o seu empréstimo. Também depende dos seus rendimentos e se é um cliente de risco ou não (eles vão ver o seu histórico). Mas a questão é que vale a pena tentar. Não perde nada.
Não se esqueça de ler bem todas as letras miudinhas dos novos contratos que fizer. Só assina se concordar com tudo o que lá estiver escrito. Sublinho que, se não concordar com um parágrafo, pode perfeitamente dizer que quer alterar esta ou aquela cláusula. Está no seu direito. Não tem de aceitar tudo o que as empresas lhe põem à frente. Claro que podem recusar prestar-lhe o serviço ou não lhe conceder o crédito. Aí tem de avaliar. Mas pelo menos ficam a saber que sabe o que quer e o que está a fazer. E olhe que isso não é nada mau.

fonte: Expresso

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