segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Prestação da casa vai permanecer em mínimos até ao final de 2017

As taxas Euribor, que servem de indexante a cerca de 97% do crédito à habitação existente em Portugal, vão continuar a ajudar a carteira dos portugueses, pelo menos, até ao final de 2017. Quem se prepara para rever a prestação da casa em Setembro não irá sentir praticamente qualquer alteração no orçamento familiar e tudo indica que as oscilações sejam mínimas durante os próximos dois anos. 

O maior alívio mensal será sentido pelas famílias que optaram pela Euribor a 12 meses como indexante, dado que só agora sentirão as descidas do último ano. A prestação mensal cai assim cerca de 4% o que, para um exemplo de um crédito no valor de 100.000 euros, a 30 anos, e com um ‘spread' de 1%, equivale a uma poupança mensal em torno dos 14,5 euros, com a prestação a situar-se em pouco mais de 329 euros. Ou seja, durante os próximos meses irá pagar um total de 3.949 euros pelo seu crédito à habitação, menos 174 euros face ao último ano e menos 1.200 euros face ao que pagava em 2011, com a chegada da ‘troika' a Portugal. 

A taxa Euribor a 12 meses tem, no entanto, pouca expressão no crédito à habitação em Portugal. Para a maioria das famílias que revêm a prestação no próximo mês a mensalidade ficará praticamente inalterada. Quem optou pela taxa a seis meses verá o valor da prestação cair cerca de 1,2%, o que para o exemplo já apresentado significa uma poupança mensal de 3,8 euros, para um valor mensal de 323,7 euros. Já para quem tem o seu crédito à habitação indexado à taxa Euribor a três meses, a poupança mensal é mínima face à última revisão. Tendo em conta o mesmo exemplo, a poupança esperada é inferior a um euro por mês, com a nova prestação a fixar-se em 320,3 euros, menos 0,3% face à última mensalidade. 

Uma tendência de estabilidade que dura há quase três anos e que o mercado estima que se mantenha até ao final de 2017. Quem tem o crédito indexado às taxas a três e seis meses poupou cerca de 130 euros no último ano face ao período homólogo, com o total das prestações a somar cerca de 3.900 euros, no caso do exemplo de crédito considerado. Um valor que fica em linha com o montante pago já em 2013. Já face a 2011, a poupança atinge os 730 euros para a maturidade mais curta e os 860 euros para o indexante a seis meses. 

Para já, o mercado antecipa taxas negativas para a Euribor a três meses até Junho de 2016, com uma subida muito gradual a partir dessa data. Para o final de 2017, os contratos de futuros colocam este indexante nos 0,215%, o que significa uma subida de 3,4% no valor da prestação da casa, ou seja, cerca de dez euros para um crédito de 100.000 euros a 30 anos, com ‘spread' de 1%. Recorde-se, no entanto, que as expectativas do mercado podem alterar-se caso o Banco Central Europeu venha a subir a taxa de juro de referência mais cedo do que o esperado ou caso limite o programa de compra de activos, surpreendendo dessa forma o mercado.

Ainda assim, tendo em conta a actual conjuntura económica e financeira, fragilidade do crescimento económico, inflação baixa, tumulto nos mercados accionistas e de matérias-primas - não é expectável uma alteração da actual política económica tão cedo.

fonte: Económico

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Casas valem cada vez mais e bancos voltam a conceder mais crédito

E além das avaliações mais favoráveis para os proprietários, a banca portuguesa volta a mostrar sinais de que está mais disponível para dar mais crédito para a compra de casa e em melhores condições, aproveitando a ajuda do Banco Central Europeu e a redução das taxas de juro em todo o mundo, que levaram a uma queda dos spreads.
Os bancos a operar em Portugal estão assim a emprestar uma  percentagem maior do valor total dos imóveis. Voltam a conceder quase 80% do valor total da avaliação da casa, quando no final de 2013, davam apenas 63,9% das avaliações em créditos à habitação, para se protegerem dos possíveis incumprimentos dos clientes.
A percentagem de valor emprestado é, de acordo com os dados do INE, a mais alta desde 2010 e surge como consequência das taxas de juro historicamente baixas em todo o mundo, que levaram a uma queda dos spreads.
Casas valem mais 2% que há um ano
O valor médio da avaliação bancária aumentou em julho, registando uma variação homóloga de 2,0% e fixando-se nos 1.039 euros por metro quadrado, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), revelados ontem.
No caso dos apartamentos, aumentou 0,9% face ao mês anterior, atingindo os 1.088 euros por m2 em julho. Já nas moradias, o valor médio por m2 cresceu para 959 euros, traduzindo um aumento mensal de 0,8%, face ao valor observado em junho.
A Área Metropolitana de Lisboa foi a região que mais contribuiu para o resultado agregado, com uma variação de 1% associada a um valor médio de 1.271 euros por metro quadrado, segundo o INE.
Também na comparação com o período homólogo, a Área Metropolitana de Lisboa (variação de 4,1%) foi a que mais influenciou o resultado agregado.
Fonte: Idealista News

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Há um ano que as taxas implícitas no crédito à habitação estão em queda

As taxas de juro implícitas no crédito à habitação voltaram a cair em Julho. Desta feita, recuaram de 1,275% para 1,257%, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira, 21 de Agosto. Esta é já a 12ª queda consecutiva.

Já a taxa de juro dos novos contractos de crédito à habitação fixou-se em Julho nos 2,453%. Uma redução face aos 2,644% registados no mês anterior e o valor mais baixo desde Setembro de 2010 (2,420%).

"No financiamento para aquisição de habitação, o mais relevante no crédito à habitação, a taxa de juro implícita no conjunto de contractos situou-se em 1,264% (1,282% em Junho)", explica o comunicado do INE. E acrescenta ainda que, no que toca aos "contractos celebrados nos últimos 3 meses, atingiu 2,397%", abaixo dos 2,580% registados em Junho.

Para o financiamento com destino à construção de habitação, a taxa de juro implícita fixou-se em Junho nos 1,168%, menos que os 1,188% alcançados no mês anterior. Já em contractos para a reabilitação de habitação, o INE especifica que a taxa de juro recuou de 1,402% para 1,380%. Ambas as quedas renovam, assim, os mínimos destes indicadores, cujo histórico começa em 2009.

Após a ligeira subida em Junho, a prestação média vencida para a globalidade dos contractos manteve-se no mês passado nos 241 euros. Um montante composto por 185 euros relativos a capital amortizado e 56 euros a juros totais. Em relação aos contractos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação recuou de 319 para 311 euros.

Quanto ao capital médio em dívida para a totalidade dos contractos de crédito à habitação, este diminuiu em 57 euros para 52.512 euros. Esta é a 14ª queda consecutiva deste indicador, ao passo que o valor dos contractos celebrados nos últimos três meses subiu pelo sétimo mês consecutivo. Situou-se me 82.588 euros, mais 1.144 que os 81.444 euros alcançados em Junho.
 
Fonte: Jornal de Negócios

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Como pagar os impostos em prestações

Os contribuintes podem pagar o IRS e o IRC em prestações se perceberem que não podem regularizar a sua situação no prazo previsto. Estes dois impostos têm um regime de pagamento em prestações próprio.
1 QUANDO É QUE SE PODE PEDIR O PAGAMENTO DE IRS e de IRC EM PRESTAÇÕES?Os contribuintes podem pedir o pagamento em prestações até 15 dias depois do final do prazo para pagar o imposto de forma voluntária e antes da instauração do processo executivo que pode levar à penhora de bens. No entanto, esta possibilidade é válida apenas para aqueles que não tenham dívidas relativas a outros impostos e são sempre cobrados juros de mora.
2 COMO É QUE SE PODE FAZER O PEDIDO?Os pedidos podem ser feitos por via electrónica no Portal das Finanças ou nos serviços de Finanças da área de residência fiscal do contribuinte.
3 QUAL O PRAZO PARA DAR ‘LUZ VERDE' AO PEDIDO?No prazo de 15 dias após a recepção do pedido, o chefe do serviço de Finanças emite uma decisão sobre o processo.
4 O CONTRIBUINTE TERÁ DE PRESTAR UMA GARANTIA?Nem sempre. No IRS, caso as dívidas sejam até 2.500 euros, o contribuinte está isento da prestação de garantia. Quando o valor das dívidas ultrapassa aquele valor então já é obrigatória, sendo normalmente uma garantia bancária. Pode ser também um seguro-caução feito por instituições de seguros legalmente autorizadas ou uma hipoteca.
5 EM QUANTAS PRESTAÇÕES SE PODE PAGAR?No caso do IRS e de não ser exigida garantia, até 355 euros de dívida o contribuinte é obrigado a pagar o montante de uma só vez. A partir daí o número de prestações vai aumentando até um máximo de seis para dívidas entre 1.068 e 2.500 euros. No caso de ser exigida garantia, o contribuinte pode pagar até um limite de 36 prestações.
6 HÁ UM VALOR MÍNIMO PARA O PAGAMENTO?Não há um valor mínimo, mas terá de se respeitar o número de prestações definido na lei.
7 E SE FALHAR O PAGAMENTO DAS PRESTAÇÕES?Se o contribuinte falhar o pagamento de uma das prestações , a Autoridade Tributária e Aduaneira instaura um processo de execução fiscal pelo valor em dívida e que pode culminar com a penhora e a venda dos bens.
8 ESTAS CONDIÇÕES SÃO VÁLIDAS PARA EMPRESAS?Sim, mas apenas para dívidas de IRC até cinco mil euros. Neste caso o número de prestações máximo é de seis. Se a empresa tiver de prestar garantia, pode regularizar o montante pedido pelo Fisco em 36 prestações.
9 E SE JÁ TIVER EM FASE DE PROCESSO EXECUTIVO, PODE PAGAR-SE A DÍVIDA EM PRESTAÇÕES?Sim. Porém, aqui já é exigida garantia qualquer que seja o montante. O número de prestações não deve ser superior a 36 e o valor destas não pode ser inferior a 102 euros. Já se se demonstrar que existe uma dificuldade financeira notória e consequências económicas para os devedores, o prazo de pagamento poderá ser alargado até cinco anos, se a dívida for superior a 51 mil euros. As prestações não devem ser inferiores a 1.020 euros. E se houver lugar a um plano de recuperação económica, o pagamento pode ser alargado até doze anos e meio se a dívida for superior a 51 mil euros. As prestações também não podem ser inferiores a 1.020 euros.
foto: Económico

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Rendas devem manter-se congeladas em 2016

As rendas devem ficar praticamente congeladas no próximo ano, de acordo com os dados da inflação publicados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Se assim for, será o segundo ano consecutivo que o valor pago mensalmente pelos inquilinos fica inalterado. E o mesmo aconteceu em 2010.

O índice médio de preços no consumidor dos últimos 12 meses, excluindo habitação, registou uma subida de 0,06% em Julho, o que permite antecipar uma subida muito ligeira no valor das rendas. O valor considerado para a actualização das rendas para 2016 é o de Agosto [que só será publicado no próximo mês], mas não deverá sofrer grandes alterações face ao de Julho. De acordo com a previsão do economista-chefe do Montepio, Rui Serra, o indicador deverá ser de 0,2% em Agosto. Tomando este valor como exemplo e assumindo que o senhorio aplica o aumento numa renda de 500 euros, o inquilino veria a renda aumentar um euro no próximo ano. Para o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), Menezes Leitão, "isto representa, na prática, um congelamento das rendas", já que o aumento é insignificante.

A primeira actualização da renda (caso a inflação dite um aumento) pode ser exigida um ano após o início da vigência do contrato e as seguintes, sucessivamente, um ano após a actualização anterior. O senhorio tem de comunicar, por escrito e com a antecedência mínima de 30 dias, a actualização. No entanto, o proprietário pode optar por não subir o valor da renda, se assim o entender. Segundo as associações, é o que muitos senhorios optam por fazer para manter os inquilinos em tempo de crise. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Proprietários, Frias Marques, os senhorios querem "manter os inquilinos e ninguém no seu perfeito juízo vai pedir aumentos aos arrendatários". "Já há muitos anos que aconselhamos os nossos associados a não aumentarem as rendas". No mesmo sentido, o presidente da ALP afirma que "há muitos senhorios que têm até reduzido o valor das rendas". O responsável contesta ainda o indicador utilizado para actualizar as rendas: "Não faz sentido guiarmo-nos por este coeficiente que não tem nada a ver com habitação e que tem em conta apenas os preços de outros produtos", explicou. Por isso, a associação tem aconselhado os senhorios a não fazerem actualizações por aquele indicador. Menezes Leitão explica que a lei não obriga a seguir aquele índice nos contratos feitos a partir de 2006: estes podem ter actualizações acordadas livremente entre senhorio e inquilino. "Só se nada for estipulado é que é utilizado o índice de preços no consumidor excluindo habitação", refere.

Há cerca de 700 mil contratos de arrendamento, de acordo com os últimos dados dos Census do INE. As actualizações podem aplicar-se às rendas posteriores a 1990 e também a algumas rendas antigas, desde que os inquilinos não tenham invocado a situação de carência económica aquando da actualização da renda ao abrigo da nova lei (que entrou em vigor em Novembro de 2012). Estas ficam, segundo Menezes Leitão, a salvo de novas actualizações durante os cinco anos que dura o período de transição, mas as restantes podem ser actualizadas. De fora ficam também as rendas anteriores a 1967, que ficam sujeitas a um aumento extraordinário e superior.

O índice de actualização apresentou até 2009 um comportamento com poucas oscilações , mas a partir de 2010 - quando a inflação foi negativa - as rendas congelaram. A partir daí, os valores têm sido muito díspares: em 2012, por exemplo, houve um aumento de 3,9%, mas este ano as rendas voltaram a ficar inalteradas.
 
Fonte: Económico

terça-feira, 11 de agosto de 2015

ARRENDAR ou COMPRAR? - Rendas caras impulsionam compra de casa

André e Leonor nunca pensaram em comprar casa mas depois de ano e meio a viverem num T2 arrendado no centro de Lisboa mudaram de opinião. "Decidimos que queremos ter uma casa nossa, que vamos comprar casa própria. Acabámos de assinar o contrato de promessa de compra e venda", afirmaram ao Dinheiro Vivo. Os rendimentos são os mesmos que tinham quando começaram a viver juntos, mas a decisão de comprar o primeiro imóvel acabou por surgir quando perceberam que "é possível pagar o mesmo ou menos ao banco do que se paga a um senhorio". Em menos de um mês escolheram o imóvel - que foram visitar "pelo menos três vezes" -, contactaram o banco onde já tinham conta e encontraram uma modalidade que torna possível o plano: em vez de pagarem 750 euros pelo T2 arrendado na Graça, vão pagar uma prestação mensal ao banco de cerca de 600 euros pelo T3 de eleição. Ainda que saibam que têm pela frente vários impostos de aquisição, taxas legais sobre o valor da propriedade, custos com registos e custas notariais, e obrigações perpétuas, como o IMI, não têm dúvidas: "Os custos iniciais são suportáveis, além de que estamos a pagar por uma coisa que um dia acabará por ser nossa. Quando pagamos uma renda não estamos a preparar o futuro", diz o casal com menos de 30 anos.

Como eles há outros portugueses a regressar ao ideal da compra de casa. Em 2014, venderam-se 230 casas de habitação por dia. E a expectativa da APEMIP (Associação Portuguesa de Empresas de Imobiliário) é que o aumento nas transações seja de 25% este ano. Mas os números "estão muito relacionados com as ações políticas e os incentivos que surjam para o mercado", nomeadamente para o do arrendamento, diz o presidente da Associação, Luís Lima.
No fundo, "ninguém sonha em ser arrendatário, ainda que acabemos todos por ser arrendatários perante os bancos", afirma o presidente da APEMIP, apontando o dedo à falta de eficácia do mercado das rendas. "Não se fez o que se devia ter feito para potenciar o arrendamento, algo a nível fiscal que incentive a colocação de casas no mercado", diz, admitindo que "o Governo tem de ser mais ousado e evitar uma dupla tributação de quem arrenda - pela posse e pelos rendimentos", ou "as rendas serão sempre superiores ao que as pessoas estão disponíveis para pagar".
Do lado dos proprietários teme-se um regresso à euforia do passado. "Comprar casa é colocar algemas de pedra", diz António Frias Marques, presidente da Associação Nacional de Proprietários, lembrando que "é importante não repetir os erros do passado e mostrar que aprendemos alguma coisa". É também um crítico da falta de escolha e preços elevados no mercado das rendas: "os prédios estão velhos, a precisar de obras e as rendas são caras", lamenta.
A falta de escolha e os preços elevados, que no centro de Lisboa podem rondar os 600-700 euros/mês por um pequeno apartamento são os maiores impulsionadores do mercado de compra e venda. Imobiliárias, associações do setor, e especialistas não têm dúvidas de que já há uma nova movimentação nas vendas de habitação desde meados do ano passado. Uns mais optimistas do que outros, têm todos algo em comum: ninguém quer euforias.
"O crédito à habitação chegou a atingir um pico de dois mil milhões de euros por mês e agora anda na ordem dos 300 milhões de euros. O mercado imobiliário não regressou em força. Está a melhorar, mas base atual é muito baixa", afirma Gonçalo Nascimento Rodrigues, consultor imobiliário da Out of the Box. Em todo o caso, não tem dúvidas: "somos um país de compradores e as pessoas querem voltar a comprar". Há dois anos, quando Portugal estava ainda sob ajustamento financeiro, a banca preocupada com a pressão da dívida e a zona euro a tentar estabilizar o que podia ter sido uma crise sistémica, o sentimento não era muito diferente. "Fiz um périplo pelo País e percebia-se perfeitamente que havia um apelo à compra", conta.
Então porque caíram as vendas e aumentou o arrendamento? "Deixou de haver condições para comprar com recurso exclusivo ao crédito e as casas deixaram de se vender". Foi assim que o mercado do arrendamento começou a ter mais imóveis disponíveis, o que coincidiu com a nova Lei do Arrendamento e com a falta de perspetivas, desemprego a tocar os 17% e aumento das falências e destruição de emprego.
Agora, a confiança económica e as perspetivas de que o Produto Interno Bruto possa crescer já 1,6% este ano (contas do Governo), com o desemprego a cair para os 13% (11,9% no segundo trimestre) dão um novo impulso ao mercado da compra e venda e não falamos apenas de vendas efectivas, mas também de intenções de compra. A APEMIP fez as contas às pesquisas de imóveis nos primeiros três meses do ano e concluiu que 50,5% das procuras por habitação destinam-se a compra, contra apenas 47,5% para arrendamento. Ambas cresceram.
"Os sinais de dinamismo que começam a surgir no mercado da habitação refletem o sentimento de retoma económica que o país está a viver", justifica o gabinete de Jorge Moreira da Silva. A equipa responsável por reformas como o Regime Excepcional de Realibilitação Urbana, que reduz custos com reabilitação; o Novo Regime de Arrendamento Urbano; o Programa reabilitar para arrendar - poderá reabilitar até 3000 edifícios e 2000 habitações -; ou a revisão dos instrumentos de gestão territorial, que limitam construções novas, acrescenta, no entanto, que "apesar do evidente efeito que a retoma económica está a ter no setor do imobiliário e da construção em geral, não pode subsistir qualquer dúvida quanto ao facto da prioridade ter de continuar a passar pela dinamização dos mercados do arrendamento e da reabilitação urbanas beneficiando das reformas realizadas".
As imobiliárias que operam no mercado nacional são as primeiras a sentir a recuperação.Ainda assim, que não haja enganos: as maiores movimentações acontecem em Lisboa, Porto e Algarve e o investimento direto estrangeiro está a puxar por 30% do mercado, graças aos Golden Visa e também de políticas fiscais menos interessantes, que estão a trazer estrangeiros - ingleses e franceses, especialmente -, para Portugal. Ainda existem mais de 900 mil imóveis para venda.
Crédito barato ajuda
O crédito bancário é apontado pelos analistas do setor como o grande motor da mudança. Há "uma tendência natural de relativa suavização das restrições ao nível da concessão de crédito, que passa naturalmente pelo interesse da banca em reavivar o segmento de crédito hipotecário", diz João Lampreia, analista do BiG, lembrando que esta tendência "permitirá uma recuperação gradual de alguns indicadores de rendibilidade, em particular pelo expectável incremento da margem financeira" dos bancos.
O Inquérito aos Bancos sobre o mercado de Crédito confirma: "Uma avaliação mais favorável da situação e perspetivas económicas terá contribuído para uma menor restritividade dos critérios aplicados nos empréstimos aos particulares", revela.
Isto permitiu que, em 2014, o número de contratos celebrados para a compra de casa tenha subido 8% face ao ano anterior. Foram assinados 29 095 contratos, com um montante médio de 82 mil euros, mais 6,8% do que em 2013. Já nos primeiros cinco meses deste ano o Montante das Novas operações de Crédito para a habitação atingiu 1,288 mil milhões, mais 51,5% do que no mesmo período de 2014.
Na fatura que as famílias pagam contam-se dois outros fatores, todos eles em queda: a Euribor e o spread, a margem cobrada pelo banco, e que é somada ao indexante, de forma a fazer o juro aplicado. A taxa a seis meses, é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e, esta quinta-feira, fixou um novo mínimo histórico de 0,047%; a nove meses repetiu 0,098%, atual mínimo histórico, registado pela primeira vez a 28 de maio. E a três meses, está já em 0,024%, depois de estar negativa por mais de quatro meses.
Por outro lado, "A média de spreads para novos créditos habitação em Portugal situa-se atualmente entre os 2%-3%, isto quando no auge da crise pontificavam níveis de spreads entre 5%-6% respectivamente", diz João Lampreia. O Banco de Portugal confirma esta tendência para os créditos à habitação "de médio risco" e justifica a descida com uma maior concorrência entre instituições.
Resultado: as taxas de juro implícitas ao crédito à habitação já caem há onze meses. No conjunto de todos os contratos e para os celebrados nos últimos três meses, o juro situou-se em 1,282% e 2,580%, respetivamente. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação registado em junho foi de 319 euros.
Tudo aponta para que estes valores se mantenham. "Estamos em crer que as taxas Euribor - obviamente bastante correlacionadas com as taxas refi do BCE - deverão manter-se em níveis historicamente baixos, ainda que não deverão ser atingidos, até final do ano, novos mínimos absolutos", diz o BiG.
Mas os bancos estão menos disponíveis para financiar um crédito hipotecário a 100%, como acontecia no pré-crise. No caso de André e Leonor, terão de entrar com 25% e o banco dá outros 75%. Estabeleceram ainda um crédito conexo que lhes permite receber 50 mil euros para obras. Neste caso, estão em sentido contrário à maioria dos portugueses, que adere cada vez menos a esta segunda modalidade que permite pagar reabilitações ou obras mas, normalmente a juros superiores. Em 2014 houve já menos 18% destes créditos.
André e Leonor não esperam grandes torbulências para o futuro. "Criámos um compromisso mensal que vai durar quarenta anos. Mas daqui a dez ou quinze talvez a economia e os salários já tenham melhorado. Na pior das hipóteses vamos manter tudo como está", dizem.
 fonte: Dinheiro Vivo

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Deco Alerta: Vou de férias. O que posso fazer para manter a minha casa segura?

Vamos entrar de férias em agosto, mas estamos preocupados com a segurança da nossa casa. Sabemos que o número de assaltos a casas durante o período de verão aumenta muito. O que podemos fazer?
Esta é certamente umas das maiores preocupações das famílias portuguesas que saem das suas casas para gozar as férias de verão. Contudo, durante esta grande ausência podes pedir na esquadra da tua localidade que façam passagens frequentes na rua da tua casa.
Nos meses de julho, agosto e setembro, a PSP garante esse tipo de vigilância na área do domicílio dos cidadãos que partem para férias. Para obter o serviço de vigilância, é muito simples. Apenas necessitas de te dirigir ao departamento policial mais próximo da residência e informar sobre o período da tua ausência.
Além desta prevenção profissional, toda a família terá de tomar precauções: revistar portas de acesso e janelas e confirmar se estão em boas condições. Nas janelas de correr, depois de fechadas e trancadas, deixa um ferro na calha para impedir o deslize.
No caso de residires numa vivenda, deixa o perímetro à volta da casa comiluminação suficiente de baixa voltagem. Considera inclusivamente a hipótese de instalar um sistema de segurança ou contratar os serviços de uma empresa de vigilância (temos informação sobre este tema no nosso site, consulta-o).
Dar a impressão de que a casa se mantém habitada é um dos conselhos da PSP. Podes pedir a um amigo que abra regularmente os estores e os cortinados e ligue a iluminação interior nalgumas noites. Atribuiu a recolha do correio a alguém de confiança. Não deixes mensagem no correio de voz do telefone a indicar que está de férias e evita destacar a ausência nas redes sociais.
Finalmente guarda dinheiro, joias e objetos de arte num lugar seguro. 
Goza seguramente as tuas merecidas férias!
fonte: Idealista News