sexta-feira, 29 de julho de 2016

Clima económico melhora – segundo o INE

O indicador de confiança dos consumidores piorou em Julho pelo segundo mês consecutivo e o clima económico melhorou, após ter estabilizado no mês anterior, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o INE, o indicador de confiança dos consumidores (calculado através de inquéritos a particulares) piorou em Julho, alcançando os -13 pontos (-12,6 pontos em Junho e -11,9 pontos em Maio).

“A evolução do indicador de confiança dos consumidores em Julho resultou do contributo negativo das perspectivas relativas à evolução da situação económica do país e do desemprego”, refere o INE.

Já o indicador de clima económico (calculado através de inquéritos a empresas de vários sectores de actividade), por sua vez, melhorou em Julho para os 1,3 pontos, depois de ter-se mantido estável em Maio e Junho nos 1,2 pontos.

“No mês de referência, os indicadores de confiança aumentaram na indústria transformadora, na construção e obras públicas e no comércio, tendo diminuído nos serviços”, sinaliza o INE.

Os indicadores de confiança do INE são calculados através de médias móveis de três meses dos saldos de respostas extremas a inquéritos. Um número negativo significa que houve mais respostas pessimistas do que otimistas.
 
Fonte: Diário Imobiliário

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Seis grandes bancos dão 84% do crédito para a casa

 São as grandes instituições financeiras aquelas que estão a beneficiar com a recuperação do crédito à habitação. Em regra, são estas que oferecem "spreads" mais baixosO ano de 2015 ficou marcado pela recuperação do mercado imobiliário. Grande parte desta recuperação foi suportada pela maior abertura dos bancos para conceder crédito. No acumulado do ano, foram concedidos quase quatro mil milhões de euros em novas operações, repartidos por mais de 43 mil contratos. A grande maioria destes financiamentos, mais de 80%, ficou nas "mãos" dos seis maiores bancos nacionais.
As instituições financeiras emprestaram 3,9 mil milhões de euros para a compra de casa, em 2015, tendo sido assinados 43.041 novos contratos. "Nos contratos celebrados em 2015 assistiu-se a um aumento da concentração do mercado, face aos contratos celebrados em 2014, contrariando a redução de concentração verificada nesse ano face a 2013", refere o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho de 2015, publicado pelo Banco de Portugal.
Isto porque, 84,2% dos contratos foram concedidos pelas seis maiores instituições, de um conjunto de 33 bancos. Estes mesmos bancos foram responsáveis por 83,1% do valor emprestado. Estas mesmas instituições foram responsáveis por 78,9% dos contratos e emprestaram 76,8% do montante no ano anterior. Esta evolução resulta em parte dos "spreads" mais baixos oferecidos por estas instituições.
Entre os grandes bancos nacionais, o Santander Totta disponibiliza a margem mais baixa, de 1,5%, que é apenas melhorada pelos 1,25% oferecidos pelo Bankinter que entrou recentemente no mercado nacional. Já a CGD e o BCP têm um "spread" mínimo de 1,75%, enquanto BPI e Novo Banco comercializam uma taxa de 1,95%.
Apesar da recuperação das novas operações de crédito à habitação desde o início do ano passado, as amortizações continuam a ser mais expressivas, com as famílias a beneficiaram de um contexto de juros negativos. O saldo de empréstimos para a casa ascendia a 97,2 mil milhões de euros, no final de Junho, de acordo com os dados do Banco Central Europeu (BCE), o valor mais baixo desde Maio de 2007. Este valor fica aquém dos 97,4 mil milhões de euros do mês anterior.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Juros no crédito à habitação voltaram a cair em junho

A taxa de juro implícita no total de contratos de crédito à habitação em Portugal fixou-se em 1,089% em junho, abaixo da taxa de 1,112% verificada em maio, revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Considerando somente os contratos celebrados nos últimos três meses a taxa de juro também baixou, embora de forma mais ligeira, passando de 2,065% em maio para 2,057% em junho.

Segundo os dados agora divulgados pelo INE, em junho, e pelo terceiro mês consecutivo, a prestação média vencida da globalidade dos empréstimos para a compra de casa foi de 238 euros. Analisando apenas os contratos dos últimos três meses a prestação média foi de 309 euros em junho (face a 301 euros em maio).

Em média o montante de capital em dívida de cada empréstimo era de 51.738 euros em junho. Para os novos contratos dos últimos três meses o montante médio de capital em dívida era de 85.360 euros em junho.
 
Fonte: Expresso

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Transacções de casas novas registam aumento de 7,5%

Após quatro anos consecutivos de quedas, a transacção de casas novas volta a subir 7,5% em 2015. Apesar disso, a habitação usada foi a que mais se vendeu no último ano, os quais continuaram a evidenciar uma aceleração no ritmo de vendas (6,5%, 9,8% e 33,6%, em 2013, 2014 e 2015, respectivamente). Globalmente, os alojamentos vendidos aumentaram 27,4% em 2015 (+5,6% no ano anterior).

De acordo com os últimos dados divulgados esta semana pelo INE - Instituto Nacional de Estatística, o valor dos alojamentos transaccionados em 2015 atingiu um montante próximo dos 12,5 mil milhões de euros, mais 2,9 mil milhões que em 2014.

Após a interrupção em 2014 da tendência de decréscimo verificada nos anos anteriores, o Índice de preços da habitação continuou a crescer mas a um ritmo menos intenso, tendo-se registado um aumento do nível dos preços de 3,1% em 2015, -1,2 p.p. que o observado no ano anterior.

Já o valor médio de avaliação bancária de habitação acentuou o seu ritmo de crescimento, fixando-se em +2,6%, mais 2,3 p.p. que a taxa atingida em 2014.
 
Fonte: Vida Imobiliária

terça-feira, 19 de julho de 2016

Deco Alerta: Mudaste de casa? Fica a saber que alterar a morada fiscal é agora mais complicado

Mudaste de casa e tens agora de mudar a tua morada fiscal? Este processo era simples e não tinha custos, mas é agora mais burocrático. Fica a saber porquê no tema de hoje da Deco Alerta. Destinada a todos os consumidores em Portugal, esta rubrica semanal é assegurada pela Deco -Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor para o idealista/news.
Envia a tua questão para a Deco, por email para gcabral@deco.pt ou por telefone para 00 351 21 371 02 20.
Mudei de casa na semana passada e tenho agora de mudar a nossa morada fiscal. Qual o prazo para proceder a esta alteração e o que devo fazer?
Após a mudança de casa tens até 60 dias para atualizar a morada junto das Finanças. O procedimento para alterar a morada fiscal era simples, gratuito e fazia-se com dois ou três cliques no Portal das Finanças.
Todavia, atualmente o processo tornou-se mais complicado e caro para quem não tem leitor do Cartão de Cidadão: passou a presencial e custa três euros. Os contribuintes que tenham o leitor podem fazer a alteração online e gratuitamente no Portal do Cidadão.
Se não tiveres o leitor conta com um par de visitas a uma loja ou balcão do cidadão, ou a um balcão de atendimento do Instituto dos Registos e Notariado.
Na primeira visita é pedida a alteração, comunicado o endereço do novo domicílio fiscal e paga a quantia de três euros. Depois, é enviada para a nova morada uma carta atestando o pedido. Com essa carta, o contribuinte tem de fazer uma segunda visita à repartição, a fim de confirmar a nova morada.
Em ambas as deslocações é essencial levar o PIN de autenticação do cartão de cidadão e o PIN de morada. Estes códigos são entregues depois de fazer o cartão, juntamente com a carta que recebeste avisando da disponibilidade para o levantar. Se os perderes, terás de pedir a emissão de um novo cartão, com o custo de 15 euros.
Se o teu caso é este aconselhamos-te a, antes de saíres de casa, consultar se o serviço está demorado clicando no menu “atendimento” do Portal do Cartão de Cidadão. Para fugir a longas esperas, poderás encontrar, também neste portal, a informação necessária para agendar o atendimento. Nesse caso, deverás fazê-lo com antecedência, para poder escolher a data e horário mais convenientes.
Estas novidades resultam da integração cada vez mais forte entre serviços, agora concentrados no Cartão de Cidadão. Trata-se de uma boa intenção, mas com efeitos pouco práticos para a pessoa comum.
Informa-te nos portais do Cartão do Cidadão e da Habitação

fonte: Idealista News

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Deco Alerta: Cuidados a ter pelo condomínio quando é preciso fazer obras no prédio

O prédio onde vivo está a precisar de obras. Quem as paga e como funciona este processo? Este é o tema de hoje da Deco Alerta. Destinada a todos os consumidores em Portugal, esta rubrica semanal é assegurada pela Deco - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor para o idealista/news.
Envia a tua questão para a Deco, por email para gcabral@deco.pt ou por telefone para 00 351 21 371 02 20.
O prédio onde eu vivo está a precisar de obras. O nosso administrador de condomínio diz que vamos mesmo tratar desta empreitada. Que cuidados devemos ter?
A execução de obras num condomínio é um dos aspetos que pede mais atenção por parte da administração não só por causa do investimento, mas também pelas responsabilidades envolvidas. Portanto, tomem todas as precauções necessárias para não cair no conto do vigário.
Se já estabeleceram a execução de obras no prédio e têm o acordo dos condóminos, o planeamento deve ser a fase seguinte. Verificar quanto dinheiro está disponível nas poupanças do condomínio tem de ser o primeiro passo e o segundo será escolher o melhor orçamento, tendo por base três princípios: qualidade, confiança no profissional e preço.
A administração do condomínio deve começar por solicitar vários orçamentos, no mínimo três, de modo a ter diversas opções de escolha e deverão pedi-los a profissionais ou empresas idóneas, tecnicamente competentes e certificadas, visto que, por lei, as obras num condomíniosó podem ser efetuadas por profissionais com alvará e certificação. Para confirmarem se é esse o caso, basta acederem ao Instituto dos Mercados Públicos do Imobiliário e da Construção.
Para além destas pesquisas e cuidados, devem ainda realizar um contrato e pedir a fatura referente à intervenção efetuada. Estes procedimentos serão extremamente úteis em caso de ser necessário comprovar a realização da obra ou acionar a garantia sobre a obra realizada.
Uma situação comum e de que, certamente, já terás ouvido falar é a contratação de subempreitadas por parte do empreiteiro. Estes casos estão previstos na lei e em situação de conflito a responsabilidade da obra é do empreiteiro, mas se o condomínio estiver documentado (faturas, contratos, etc.) melhor e mais rápida será a solução a teu favor. Outro caso prático é a garantia sobre as obras efetuadas e sobre o material utilizado. Se tiver tudo documentado será mais fácil recorrer à via judicial e obter uma resolução.
Informem-se: http://www.condominiodeco.pt

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Bancos carregam na concessão de crédito à habitação

Os bancos estão a carregar no acelerador da concessão de crédito. O montante de empréstimos concedidos em Maio subiu em todos os segmentos, para um total de 4.031 milhões de euros, o que é de longe o valor mais elevado do ano. E se a maioria do crédito continua a ser direccionado para as empresas, nomeadamente para as pequenas e médias empresas (créditos até um milhão de euros), a verdade é que tem sido o crédito à habitação aquele que tem ganho maior tracção nos últimos meses. A recuperação dos preços do imobiliário em Portugal, a par das garantias dadas nestes empréstimos, tornam-nos especialmente atractivos para a banca, cuja rentabilidade continua pressionada por um ambiente prolongado de baixas taxas de juro.  

Em Maio os bancos emprestaram 497 milhões de euros para a compra de casa, o valor mais elevado em precisamente cinco anos. Um valor que continua no entanto longe dos montantes que eram concedidos no passado. Até meados de 2008, os bancos concediam consistentemente mais de mil milhões de euros todos os meses para a compra de casa. Com a crise do subprime, que ditou a dificuldade dos próprios bancos em financiarem-se nos mercados internacionais, o valor dos empréstimos mensais caiu para cerca de 700 milhões de euros. Com a crise das dívidas soberanas, e com o resgate internacional do próprio país, os bancos passaram a emprestar durante largos meses menos de 200 milhões de euros para a compra de casa.

Também a concessão de crédito ao consumo tem vindo a aumentar. Embora acarrete maior risco para as instituições, as elevadas taxas de juro deste crédito dão um importante contributo para a margem financeira dos bancos. Em Maio emprestaram 325 milhões de euros, o segundo valor mais elevado desde Maio de 2010. Em março tinham emprestado 349 milhões de euros.

Com a Troika em Portugal, a maioria do crédito às empresas era dirigido para os créditos superiores a um milhão de euros, tendencialmente concedidos às grandes empresas. Uma tendência que se inverteu a partir de Agosto de 2014, quando as PME passaram a absorver a maioria do crédito dirigido ao segmento empresarial. Em Maio os bancos concederam créditos, até um milhão de euros, no valor de 1.566 milhões de euros, enquanto as grandes empresas receberam 1.480 milhões de euros.  
 
Fonte: Economico

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Parlamento aprovou projeto de lei do BE sobre arrendamento apoiado

O parlamento aprovou – com os votos favoráveis de toda a esquerda e os votos contra do PSD e do CDS-PP – o projeto de lei do BE que pede amudança do regime arrendamento apoiado com vista a uma “maior justiça social”. O partido espera que a medida tenha impacto para cerca de cem mil famílias.
No dia 5, a Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação retificou o projeto final de alteração à lei do arrendamento apoiado.
Segundo a Lusa, ao longo do trabalho de alteração da lei, que começou em fevereiro deste ano, no âmbito do grupo de trabalho de Habitação, coordenado pela deputada do PS Helena Roseta, estiveram em cima da mesa projetos do PCP, BE e PS para revisão do regime do arrendamento apoiado, bem como projetos do PSD e CDS-PP para avaliar a aplicação da atual lei, que entrou em vigor em março de 2015.
De referir que o Parlamento também deu luz verde a um conjunto de projetos de resolução – de PS, BE e PCP – pedindo o “reforço e consolidação do Hospital de Santa Luzia, em Elvas”.
Foi ainda viabilizado um projeto de resolução do BE a pedir uma avaliação do Processo Especial de Revitalização (PER) de empresas e particulares.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Municípios passam a ter acesso aos contratos de água e luz para cobrar IMI mais alto

Depois do Fisco, agora as empresas fornecedoras de água, luz, gás e telecomunicações têm de comunicar às autarquias as inexistências de contratos em vigor. O objetivo é que os municípios possam ter um melhor conhecimento das casas devolutas, às quais poderão aplicar uma taxa de IMI agravada, até ao triplo do valor.
A inexistência de contratos em vigor com empresas de telecomunicações e de fornecimento de água, gás e eletricidade ou a inexistência de faturação relativa a consumos daqueles quatro tipo de serviços são agora um dos indícios que as autarquias irão seguir para aferir se uma casa está desocupada, segundo o Dinheiro Vivo.
"Para efeitos de aplicação da taxa do imposto municipal sobre os imóveis, as empresas de telecomunicações, gás, eletricidade e água enviam obrigatoriamente aos municípios até 1 de outubro de cada ano uma lista anualmente atualizada da ausência de contratos de fornecimento ou de consumos baixos por cada prédio urbano ou fração autónoma", segundo determina a Lei do Orçamento do Estado que entrou em vigor no final de março. 

O que é uma casa devoluta?

Em termos legais e para efeitos de aplicação da taxa do IMI, o conceito de habitação devoluta aplica-se a todos os prédios urbanos ou frações autónomas que estejam desocupadas durante um ano.
As casas destinadas a habitação para curtos períodos em praias, campo ou termas; as que estão arrendadas, ou as que ficam vagas para serem reabilitadas são as únicas exceções em que não se aplica o conceito de imóvel devoluto.

Prestadoras ao serviço do Fisco 

As empresas fornecedoras daquele tipo de serviços já estavam obrigadas a comunicar trimestralmente ao fisco informação sobre as datas de realização dos contratos e identificação dos clientes, indicando ainda se estes são proprietário/usufrutuário do imóvel em causa, um arrendatário ou um subarrendatário. 
No caso do Fisco, tal como recorda o jornal, esta informação permite detetar a existência de arrendamentos paralelos e rendimentos de rendas não declarados.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Juros do crédito da casa abaixo dos 2% pela primeira vez

Nunca os portugueses beneficiaram de condições de acesso ao crédito à habitação tão vantajosas como em Maio. Dados divulgados ontem pelo Banco Central Europeu, indicam que a taxa de juro média dos novos empréstimos para a compra de casa contratualizados naquele mês ficou, pela primeira vez, abaixo da fasquia dos 2%. A taxa de juro média dos novos créditos à habitação baixou de um valor médio de 2,02%, em Abril, para os 1,96%, em Maio, o que corresponde ao patamar mais baixo de sempre. A expectativa é de que a tendência de quebra se prolongue pelo menos nos próximos meses.

A descida da taxa de juro cobrada pelos bancos nos novos empréstimos para a aquisição de casa decorre de dois factores. Um deles é a descida dos indexantes, que começaram a trilhar terreno negativo há mais de um ano, desde que em Abril de 2015 a Euribor a três meses assumiu pela primeira vez valores negativos. Uma tendência que acabou por se estender progressivamente aos restantes indexantes com prazos mais alargados. “Os indexantes continuam a baixar, mesmo a Euribor a 12 meses que é actualmente o mais utilizado para novas operações a taxa variável”, salienta Filipe Garcia, economista da IMF.

A queda dos ‘spreads’ praticados pelos bancos complementa a explicação para a tendência de quebra dos custos de financiamento para a compra de casa das famílias portuguesas. Depois de, em Julho de 2013, o BES (actual Novo Banco) ter dado o pontapé de saída para o rumo descendente dos ‘spreads’, os restantes bancos a operar em Portugal seguiram os mesmos passos. A actual margem mínima de ‘spreads’ cobrados pelas instituições financeiras é, em média, metade daquela que estava em vigor no pico da crise. “Os bancos têm facilitado o acesso ao crédito para a compra de habitação, baixando os ‘spreads’ – nota-se mais concorrência entre os bancos neste segmento, comparando há um ou dois anos”, recorda Filipe Garcia. Actualmente, há nove bancos onde é possível contratar um crédito à habitação com ‘spreads’ mínimos inferiores a 2%. O Bankinter, que comprou os activos do Barclays em Portugal, é a instituição que apresenta actualmente a margem mínima de ‘spreads’ mais baixa do mercado: 1,25%. Entre os maiores bancos nacionais, responsáveis pelo grosso do crédito para a compra de casa concedido em Portugal, o Santander Totta é o que apresenta a margem mínima de ‘spreads’ mais baixa – 1,5% - , seguindo-se a CGD e o Millennium bcp, cobrando ambos a partir de 1,75% para emprestar dinheiro com essa finalidade.

Juros deverão continuar a cair pela via dos indexantes

De acordo com os especialistas consultados pelo Económico, o actual contexto favorece a manutenção do rumo descendente dos encargos das famílias portuguesas com o crédito à habitação. Paula Carvalho, economista-chefe do BPI, explica que a tendência de queda dos juros da casa “deverá manter-se nos meses mais próximos, reflectindo sobretudo o agravamento das perspectivas para a zona euro posteriores ao referendo no Reino Unido”. E acrescenta: “Desde então, a tendência de queda das Euribor agravou-se e os mercados de futuros de taxas de juro estão a descontar a possibilidade de que o BCE implemente medidas adicionais de política monetária”. A evolução dos futuros para a Euribor a três meses aponta actualmente para que o indexante continue a deslizar para terreno cada vez mais negativo até ao final de 2017, fixando-se nessa altura em -0,405%. Só a partir do segundo trimestre de 2018 este indicador aponta para uma reversão do rumo do indexante que, contudo, é antecipado se mantenha em terreno negativo até Dezembro de 2020.

Já do ponto de vista dos ‘spreads’, Filipe Garcia, acredita que a margem de reduções é muito mais curta. “Na minha opinião, é de esperar que o indexante continue a recuar, mas não vejo muito mais espaço para queda de ‘spreads’”, acredita o economista, defendendo que “só será uma redução relevante se a política monetária se tornar ainda mais expansionista”. Filipe Garcia complementa a explicação, referindo que a tendência será para que haja cada vez mais preferência por contratar empréstimos a taxa fixa e que isso dificulta a redução de ‘spreads’.
 
Fonte: Economico

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Prestação da casa vai ter nova descida em Julho

Os portugueses com crédito à habitação entram no segundo semestre do ano com boas notícias para os seus bolsos. As famílias que vejam revistas as taxas de juro dos respectivos créditos à habitação em Julho vão sentir um novo alívio de encargos. O rumo descendente dos indexantes vai permitir cortes no valor da prestação entre um mínimo de 0,5% e um máximo de 2,7%.

Os empréstimos que têm como indexantes as Euribor nos prazos mais alargados vão sentir a maior quebra de encargos. É o que acontece com os contratos indexados à Euribor a 12 meses, dado que só agora estes vão sentir as descidas do último ano. Para essas famílias, a prestação mensal cai 2,7% o que, para um exemplo de um crédito no valor de 100 mil euros, a 30 anos, e com um ‘spread’ de 1%, reflecte-se numa poupança mensal de nove euros, com a prestação a fixar-se nos 320,95 euros. Para estes agregados será a primeira vez que vão sentir o impacto da entrada em terreno negativo da Euribor a 12 meses. Contudo, o número de famílias a beneficiar dessa redução será muito curto, já que a Euribor a 12 meses ainda tem pouca expressão no total do crédito à habitação em Portugal. Isto apesar de muitos bancos já estarem a utilizar este indexante como referência para os novos empréstimos para a compra de casa.

Nos contratos que têm como referência os indexantes nos prazos mais curtos, a redução na prestação será menor. Quem optou pela taxa a seis meses verá o valor da prestação cair 1,7% no próximo mês, o que para o cenário considerado se reflecte numa poupança mensal de 5,51 euros, com a prestação mensal a fixar-se nos 314,3 euros. Já nos empréstimos indexados à Euribor a três meses, é antecipada uma poupança de 1,66 euros por mês, com a nova prestação baixar para os 311,23 euros (menos 0,5% face à última revisão).

Mercado vê juros positivos só no final de 2020

Nos últimos anos, o rumo descendente dos juros tem sido um importante aliado das famílias portuguesas com crédito à habitação, uma realidade que deverá manter-se durante um período prolongado de tempo devido à política monetária expansionista do Banco Central Europeu (BCE). Desde Março deste ano que a taxa de juro de referência para a zona do euro está fixada num mínimo histórico de 0%, para ajudar a suportar uma economia cujo crescimento custa a descolar. Na última reunião do conselho de Governadores que decorreu a 2 de Junho em Viena, o presidente do BCE admitiu que as taxas de juro se vão manter num nível muito baixo para lá da conclusão do programa de ‘quantitative easing’ que não terminará antes de Março de 2017.

A expectativa do mercado aponta no mesmo sentido. A evolução dos futuros para a Euribor a três meses aponta para que o indexante continue a deslizar para terreno cada vez mais negativo até ao final de 2017, fixando-se nessa altura em -0,39%, segundo dados a que o Económico teve acesso. Só a partir dessa altura este indicador aponta para uma reversão do rumo do indexante que, contudo, é antecipado se mantenha em terreno negativo até Setembro de 2020.
 
Fonte: Economico