segunda-feira, 3 de julho de 2017

Casas estão mais caras e os preços ainda vão subir mais

O preço das casas em Portugal tem registado sucessivas subidas nos últimos tempos e tudo aponta para que nos próximos cinco anos aumentem 5% ao ano. 

Excelentes notícias para os vendedores, menos boas para os compradores: o preço das casas deverá aumentar cerca de 4% nos próximos 12 meses a nível nacional, mas as expectativas dos operadores é que esta dinâmica ganhe força nos próximos anos e que os valores avancem em média 5% ao ano no horizonte a cinco anos. Lisboa, Porto e Algarve são as regiões mais procuradas por quem quer investir, segundo assinala o mais recente Portuguese Housing Market Survey, um inquérito mensal de confiança realizado pela Confidencial Imobiliário (Ci), que conclui ainda que é a escassez de oferta que está a determinar a subida dos preços.

“Para os agentes inquiridos, a escassez da oferta é a principal restrição à sua atividade e também o principal fator que está a determinar a evolução dos preços. Esta situação deverá dominar as tendências nos próximos meses”, afirmou Ricardo Guimarães, diretor da Ci. As duas grandes cidades do país e o Algarve são os locais que mais têm determinado os preços, mas Ricardo Guimarães assinala que esta tendência de subida está a observar-se de forma generalizada “em todos o território nacional e já não só nas principais cidades” o que pode induzir um ponto de viragem no mercado. Ou seja, referiu, este contexto pode impulsionar o desenvolvimento e o financiamento de novas casas, reduzindo assim o desajustamento entre a oferta e a procura. “Mas tal, vai demorar a acontecer”, rematou. Em maio, os mediadores e promotores imobiliários reportaram novos focos de pressão sobre a oferta, já que as colocações de casas para venda estão a cair há dois meses – com a região do Algarve a registar a quebra mais acentuada. Em simultâneo, as vendas acordadas continuaram a subir, o que acontece há já 16 meses consecutivos. A isto soma-se um crescimento do lado da procura – com Lisboa a liderar o apetite dos investidores. Em relação ao mercado de arrendamento, a procura por parte dos arrendatários está também a crescer, ainda que a registar uma ligeira desaceleração face a subidas anteriores. Esta vontade em arrendar esbarra, contudo, na quantidade da oferta, com o CI a reportar uma quebra “acentuada”, o que faz com que o desequilibro entre a oferta e a procura esteja a manter em alta as expectativas sobre o crescimento das rendas. “O crescimento do emprego acelerou em todos os setores da economia Portuguesa nos últimos meses, com os números mais recentes a mostrarem uma subida anual superior a 3%. Este crescimento sustentado continua a suportar a atividade do mercado imobiliário e as perspetivas de um maior crescimento para o próximo ano parecem promissoras dada a atual conjuntura a nível macro”, acentuou, por seu lado, termina Simon Rubinsohn, Economista Sénior do Royal Institutions of Chartered Surveyors.

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