quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Prestação da casa tem nova descida em Fevereiro

Descida mensal com o crédito à habitação oscila entre 1,3% e 3,5%. Maior desafogo será sentido nos contratos com Euribor a 12 meses.
O próximo mês é marcado por um novo alívio dos encargos das famílias portuguesas com o crédito à habitação. Apesar de ainda faltarem duas sessões para o fecho do mês da Euribor, já é possível perceber que quem revir a taxa de juro do seu empréstimo da casa em Fevereiro, vai passar a pagar menos de prestação. A quebra de encargos oscila entre o um mínimo de 1,3% e um máximo de 3,5%.

O maior desafogo será sentido pelos agregados cujos empréstimos tenham como referência a Euribor a 12 meses, dado que estes só agora sentirão as descidas do último ano. A prestação mensal cai 3,5% o que, para um exemplo de um crédito no valor de 100 mil euros, a 30 anos, e com um ‘spread’ de 1%, reflecte-se numa poupança mensal de 11,8 euros euros, com a prestação a fixar-se nos 323,71 euros nesses créditos. Ainda assim será muito baixo o número de famílias a beneficiar dessa redução, já que a Euribor a 12 meses tem pouca expressão no total do crédito à habitação em Portugal. Isto apesar de mais de metade dos bancos actualmente estar a utilizar a Euribor a 12 meses como referência para os novos empréstimos para a compra de casa, já que contrariamente às Euribor a três e seis meses este ainda apresenta valores positivos. A Euribor a 12 meses está actualmente nos 0,022%.

Nos contratos que têm como referência os indexantes nos prazos mais curtos, a redução na prestação será menor. Quem optou pela taxa a seis meses verá o valor da prestação cair 1,5% no próximo mês, o que para o cenário considerado significa uma poupança mensal de 4,92 euros, para um valor mensal de 318,98 euros. Nos empréstimos indexados à Euribor a três meses, tendo em conta o exemplo referido, a poupança esperada será de 4,1 euros por mês, com a nova prestação a fixar-se em 315,07 euros, menos 1,3% face à última revisão.
Juros negativos até à segunda metade de 2018
Os três indexantes encontram-se em mínimos históricos e a expectativa é de que assim se mantenham por algum tempo, tendo em conta que não é esperada uma alteração da política monetária por parte do Banco Central Europeu (BCE) que procura contrariar o fraco crescimento económico e a persistente baixa inflação na zona euro. Na última reunião do conselho de governadores que ocorreu na passada semana, Mario Draghi admitiu que o BCE poderá mesmo avançar com mais estímulos monetários já em Março. As equipas técnicas do banco central vão estudar no próximo mês e meio as várias alternativas possíveis.

A extensão do final do programa de compra de dívida pública de Setembro de 2016 para Março de 2017, na reunião de Dezembro último, foi uma das mais recentes medidas tomadas pelo BCE. Mas Mario Draghi reiterou após a reunião da semana passada que “não há limites a quão longe estamos dispostos a ir na utilização dos nossos instrumentos”. Um corte adicional na taxa de juro que o BCE cobra aos bancos pelos depósitos em Frankfurt (actualmente nos -0,3%) é uma das possibilidades em que os analistas acreditam. A tendência será para que as taxas de juro Euribor acompanhem esta evolução, caso a medida se confirme. Certo é que o comportamento dos futuros da Euribor a três meses apontam para que o indexante continue a deslizar para terreno cada vez mais negativo até final de 2016. Só a partir dessa altura apontam para uma inversão de tendência, sendo esperado contudo que o indexante se mantenha negativo até Setembro de 2018.

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