segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Prestação da casa vai permanecer em mínimos até ao final de 2017

As taxas Euribor, que servem de indexante a cerca de 97% do crédito à habitação existente em Portugal, vão continuar a ajudar a carteira dos portugueses, pelo menos, até ao final de 2017. Quem se prepara para rever a prestação da casa em Setembro não irá sentir praticamente qualquer alteração no orçamento familiar e tudo indica que as oscilações sejam mínimas durante os próximos dois anos. 

O maior alívio mensal será sentido pelas famílias que optaram pela Euribor a 12 meses como indexante, dado que só agora sentirão as descidas do último ano. A prestação mensal cai assim cerca de 4% o que, para um exemplo de um crédito no valor de 100.000 euros, a 30 anos, e com um ‘spread' de 1%, equivale a uma poupança mensal em torno dos 14,5 euros, com a prestação a situar-se em pouco mais de 329 euros. Ou seja, durante os próximos meses irá pagar um total de 3.949 euros pelo seu crédito à habitação, menos 174 euros face ao último ano e menos 1.200 euros face ao que pagava em 2011, com a chegada da ‘troika' a Portugal. 

A taxa Euribor a 12 meses tem, no entanto, pouca expressão no crédito à habitação em Portugal. Para a maioria das famílias que revêm a prestação no próximo mês a mensalidade ficará praticamente inalterada. Quem optou pela taxa a seis meses verá o valor da prestação cair cerca de 1,2%, o que para o exemplo já apresentado significa uma poupança mensal de 3,8 euros, para um valor mensal de 323,7 euros. Já para quem tem o seu crédito à habitação indexado à taxa Euribor a três meses, a poupança mensal é mínima face à última revisão. Tendo em conta o mesmo exemplo, a poupança esperada é inferior a um euro por mês, com a nova prestação a fixar-se em 320,3 euros, menos 0,3% face à última mensalidade. 

Uma tendência de estabilidade que dura há quase três anos e que o mercado estima que se mantenha até ao final de 2017. Quem tem o crédito indexado às taxas a três e seis meses poupou cerca de 130 euros no último ano face ao período homólogo, com o total das prestações a somar cerca de 3.900 euros, no caso do exemplo de crédito considerado. Um valor que fica em linha com o montante pago já em 2013. Já face a 2011, a poupança atinge os 730 euros para a maturidade mais curta e os 860 euros para o indexante a seis meses. 

Para já, o mercado antecipa taxas negativas para a Euribor a três meses até Junho de 2016, com uma subida muito gradual a partir dessa data. Para o final de 2017, os contratos de futuros colocam este indexante nos 0,215%, o que significa uma subida de 3,4% no valor da prestação da casa, ou seja, cerca de dez euros para um crédito de 100.000 euros a 30 anos, com ‘spread' de 1%. Recorde-se, no entanto, que as expectativas do mercado podem alterar-se caso o Banco Central Europeu venha a subir a taxa de juro de referência mais cedo do que o esperado ou caso limite o programa de compra de activos, surpreendendo dessa forma o mercado.

Ainda assim, tendo em conta a actual conjuntura económica e financeira, fragilidade do crescimento económico, inflação baixa, tumulto nos mercados accionistas e de matérias-primas - não é expectável uma alteração da actual política económica tão cedo.

fonte: Económico

Sem comentários:

Enviar um comentário