quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Taxa de juro mista no crédito à habitação dispara em 2017

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A taxa variável continua a ser dominante nos empréstimos para a compra de casa em Portugal. Mas a taxa de juro mista voltou a ter um forte crescimento, no ano passado, em resultado dos valores negativos da Euribor. Face a 2016, o número de contratos com taxa mista (que têm um período de taxa de juro fixa e outro período de taxa de juro variável) disparou 68,3%, revela o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho de 2017, publicado pelo Banco de Portugal, esta quarta-feira.

Num ano em que o dinheiro emprestado para a compra de casa voltou a aumentar, as operações a taxa mista estiveram em destaque. Nestas situações, os clientes contam com um período do financiamento a taxa fixa e outro período a taxa variável. "O número de contratos com taxa mista aumentou significativamente (mais 68,3%, face a 2016), o que resultou no acréscimo da importância destes contratos, de 13,3%, em 2016, para 16,9%, em 2017", revela o Banco de Portugal.


Mais de metade (56,2%) dos contratos a taxa mista realizados no ano passado tinham um período inicial de fixação da taxa de juro igual ou inferior a cinco anos e aumentou a proporção de contratos em que o período inicial de fixação de taxa de juro era superior a cinco anos e igual ou inferior a dez anos (de 23,8% em 2016 para 39,2% em 2017).


Ainda assim, a taxa de juro variável continua a ser dominante no crédito à habitação em Portugal. Representou 81,3% do total das novas operações, menos do que os 83,7% de 2016. Destes créditos, a grande maioria esteve indexado à Euribor a 12 meses: o seu peso nas novas operações aumentou de 85,2% em 2016 para 92,5% no ano passado.


 "O spread médio dos novos contratos de crédito à habitação a taxa de juro variável diminuiu em 2017, reforçando a tendência de decrescimento observada desde 2015 e atingindo um nível idêntico ao dos contratos celebrados em 2010 que ainda se encontram em carteira", acrescenta o Banco de Portugal. O "spread" médio destes contratos atingiu os 1,74 pontos percentuais, menos 0,25 pontos percentuais do que em 2016.


Já os contratos de taxa de juro fixa perderam importância, totalizando 1,8% das operações realizadas no ano passado, menos do que os 3% de 2016.


Pelo terceiro ano consecutivo, em 2017, o número de contratos e o montante emprestado para a compra de casa aumentaram, embora tenham registado aumentos inferiores aos dos anos anteriores. Foram assinados 77.506 novos contratos, mais 32,3% do que em 2016, equivalentes a 7,7 mil milhões de euros, mais 40% do que no ano anterior.


E o montante médio emprestado também cresceu, tendo ficado próximo dos 100 mil euros. Atingiu os 99.670 euros, mais do que os 94.160 euros registados em 2016. Quanto ao prazo médio aumentou seis meses para 33,3 anos.


Apesar do aumento dos contratos e do valor, o montante global da carteira de crédito à habitação caiu para 87,7 mil milhões de euros face aos 89,2 mil milhões de euros do final de 2016, já que o aumento das novas operações não foi suficiente para compensar os reembolsos antecipados e os vencimentos dos contratos, neste período.


Foram realizados 72.463 reembolsos antecipados totais de contratos de crédito à habitação, num montante total de 3,9 mil milhões de euros, mais 25,5% e 35% do que em 2016, respectivamente. Já o número de reembolsos antecipados parciais diminuiu para 26.248 (menos 3,9% do que em 2016), enquanto o montante de crédito reembolsado subiu para 379 milhões de euros (mais 8,2% do que em 2016).
 
Fonte: Jornal de Negócios

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