Em maio os bancos voltaram a abrir a torneira do crédito à habitação, ou seja, um pouco antes da entrada em vigor das novas recomendações do Banco de Portugal (BdP). Os números não deixam dúvidas: foram emprestados 815 milhões de euros para a compra de casa e só nos primeiros cinco meses do ano foram concedidos 3.784 milhões de euros, o que dá uma média de 25,1 milhões por dia.
Trata-se, segundo dados do BdP, de um valor – acumulado, entre janeiro e maio – 23,4% superior ao verificado no mesmo período do ano passado. É, de resto, o valor mais elevado desde o arranque de 2010. Em termos mensais, em maio face a abril, o crédito à habitação aumentou 32 milhões de euros.
Segundo o BdP, “os volumes de novas operações para habitação, consumo e outros fins totalizaram, respetivamente, 815 milhões de euros, 429 milhões de euros (máximo desde junho de 2006) e 162 milhões de euros”.
Esta tendência de aumento do financiamento para a compra de casa surge pouco tempo antes de entrarem em vigor as recomendações do BdP relativas à concessão de crédito. Os limites foram anunciados pelo supervisor no início do ano e começaram a ser aplicados este mês de julho.
Bagão Félix contra decisão de Marcelo
Entretanto, o antigo ministro das Finanças Bagão Félix considerou “insustentável”, “regressiva” e “paradoxal” a lei que obriga os bancos a refletirem totalmente a descida da taxa Euribor nos contratos de crédito à habitação, que foi promulgada recentemente pelo Presidente da República.
É um exemplo de quando “contrariar o senso comum se transforma em lei”, disse o economista no programa da TSF “A Opinião”. “Haverá casos em que quem deve ao banco é renumerado e quem poupa tem de pagar. Até tinha piada se fosse uma anedota, mas não, é uma lei”, ironizou.
Fonte: Idealista News
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