Durante o ano passado, o valor médio nacional da avaliação bancária que é feita nos pedidos de crédito à habitação (apartamentos e moradias) só não subiu de fevereiro para março. Nos restantes meses foi sempre a subir até atingir, em dezembro, €1150 por metro quadrado. Contas feitas, no ano todo de 2017, a avaliação bancária aumentou para €1127 por metro quadrado, mais 5% do que no ano anterior e o valor mais alto dos últimos sete anos, ou seja, desde que o Instituto Nacional de Estatística (INE) realiza esta análise mensal. Nesse ano, em 2011, o valor médio nacional foi de €1121 e, nos anos seguintes, ficou sempre muito abaixo dos €1100, disparando então em 2017.
De acordo com o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), Luís Lima, há duas razões para os valores não pararem de crescer. Uma delas é porque “os bancos querem emprestar mais dinheiro para crédito à habitação”, diz ao Expresso. “Sempre foi um dos produtos mais rentáveis para os bancos porque fideliza os clientes durante muito tempo, e quanto mais alta foi a avaliação bancária mais fácil é para concederem o crédito”, salienta. A outra é porque a avaliação está a acompanhar os valores de mercado, que têm subido porque não há oferta e porque há muita procura da parte dos estrangeiros, que têm mais dinheiro para gastar, principalmente em Lisboa e Porto e também no Algarve.
Aliás, o aumento do valor médio nacional durante o ano passado teve uma forte contribuição da avaliação bancária feita no Norte do país e na Grande Lisboa que, segundo os dados do INE, registaram aumentos de, respetivamente, 5,5% e de 5,2% face ao ano anterior. Mas foi no Algarve e no Centro que a avaliação mais subiu de 2016 para 2017: mais 7,7% e 5,9%, respetivamente. As subidas menos expressivas registaram-se nos Açores (2,1%) e no Alentejo (4,9%). Já a Madeira, que desde sempre tem verificado avaliações bancárias mais elevadas que as restantes zonas do Continente, apresentou uma subida de 5,1% em 2017 face a 2016.
“Por natureza de alojamentos, no ano de 2017, o valor médio de avaliação bancária aumentou 5,3% nos apartamentos e 4,9% nas moradias, para valores médios de avaliação de €1177 euros por m2 e de €1046 euros por m2 (€1118 euros por m2 e €998 euros por m2 em 2016, pela mesma ordem)”, pode ler-se no mesmo relatório do INE. A subida mais significativa foi mesmo no Algarve (8,2%), seguida da zona Centro e dos Açores (ambos com mais 6,4%), do Norte (6,1%), da Madeira (5,8%), da Área Metropolitana de Lisboa (5,6%) e, por fim, do Alentejo (3,4%). Aliás, no Alentejo, a avaliação bancária das moradias cresceu mais que a dos apartamentos, mais precisamente 6% face aos 3,4% já referido. Foi a única zona do país onde se registou esta situação.
Fonte: Expresso