A concessão de crédito à habitação continua a crescer em flecha, depois da queda a pique registada durante o período da troika. Dados do Banco de Portugal mostram que nos primeiros sete meses do ano, os empréstimos concedidos pela banca para comprar casa cresceram 54% em relação a igual período de 2015: passaram de 2 mil milhões para 3,2 mil milhões de euros, denunciando uma tendência para o regresso à opção de ser proprietário.
O valor continua, no entanto, muito longe do pico verificado em 2007, ano em que as instituições financeiras emprestaram quase 20 mil milhões de euros.
Entre janeiro e julho deste ano, as instituições financeiras emprestaram uma média de 455 milhões de euros por mês. A manter-se o ritmo, 2016 poderá ser o primeiro ano em que os novos empréstimos vão recuperar para níveis de 2011, o da chegada da troika.
Junho já deu o sinal: marcou o regresso a níveis pré-resgate, com os bancos a contratarem, só nesse mês, 587 milhões de euros de crédito à habitação. É preciso regressar a março de 2011 para encontrar um valor mensal maior: nesse momento, poucos meses antes da chegada da troika, as instituições bancárias emprestaram 598 milhões a particulares que queriam comprar casa.
2015 com aumento recorde mas ainda longe dos valores de 2007
Quando a comparação é feita entre anos inteiros, o cenário mostra um aumento ainda mais acentuado: em 2015 a concessão de crédito à habitação (4. mil milhões de euros) cresceu 73,5% em relação a 2014 (2,3 mil milhões).
A concessão de crédito para comprar casa está, ainda assim, muito longe dos níveis registados até 2010.
Os dados do Banco de Portugal (disponíveis apenas a partir de 2003) mostram que foi entre 2004 e 2007 que o sistema financeiro nacional mais emprestou dinheiro para a compra de habitação: o recorde foi atingido no ano final desse período, com empréstimos de quase 20 mil milhões de euros.
Fonte: TSF
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